Quadrilha que aplicava conto do bilhete premiado é alvo da Polícia Civil de Passo Fundo
Uma quadrilha especializada em aplicar o conto do bilhete premiado foi alvo na manhã desta sexta-feira da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) de Passo Fundo. A operação Orange X foi coordenada pelo delegado Diogo Ferreira. Houve o cumprimento de 23 ordens judiciais, sendo nove mandados de busca e apreensão, seis prisões preventivas e oito sequestros de veículos, em Passo Fundo e Curitiba, no Paraná.
Houve o recolhimento de 11 veículos, joias estimadas em R$ 100 mil, cerca de R$ 7,3 mil em dinheiro, 298 dólares e cinco euros. Seis criminosos foram presos na ação. Estão sendo investigados os crimes de lavagem de dinheiro, estelionato e organização criminosa. A ação teve o apoio da Polícia Rodoviária Federal e Polícia Civil do Paraná.
Conforme as investigações, no período de apenas duas semanas, entre os dias 3 e 14 de agosto do ano passado, a quadrilha fez nove vítimas e arrecadou mais de meio milhão de reais. Uma das vítimas perdeu R$ 170 mil e outra teve prejuízo de R$ 230 mil, além de uma terceira com R$ 75 mil e de uma quarta pessoa que entregou R$ 50 mil aos estelionatários.
A operação é desdobramento da operação Pólis deflagrada em 2018 e que visava o combate a organizações criminosas dedicadas aos estelionatos e lavagem de dinheiro. Na ocasição, um Chevrolet Camaro SS, modelo 2013, avaliado em R$ 150 mil, apreendido com os criminosos, foi transformado m viatira e incorporado à frota da própria Draco de Passo Fundo.
Na investigação de agora, a equipe do Núcleo de Lavagem de Dinheiro da Draco de Passo Fundo apurou a existência de um elaborado esquema criminoso. Cada um dos investigados exercia um papel importante para o sucesso do conto do bilhete premiado.
“Os investigados compõem uma verdadeira organização criminosa, que se articula de diversas maneiras para ludibriar suas vítimas, praticando delitos de forma perene, em um curto espaço de tempo”, afirmou o delegado Diogo Ferreira.
Após conseguir enganar as vítimas, várias contas de “laranjas” eram utilizadas para “lavar” o dinheiro das vítimas. Depois, os valores eram enviados para casas de câmbio e posteriormente convertidos em moeda estrangeira. Parte do dinheiro abastecia também contas de novos “laranjas” residentes em Passo Fundo, antes de serem sacados pelos criminosos.
GOLPE
Primeiro, um dos golpistas aborda a vítima, sempre idosa, e alega que tem um bilhete premiado e que precisaria trocar a quantia em alguma agência bancária. Caso a vítima ajude, ela receberia uma expressiva quantia em dinheiro. Nesse momento, outro criminoso também se aproxima da vítima e se prontifica a ajudar o suposto vencedor da loteria, afirmando que trocar o “bilhete premiado” por uma quantia em dinheiro.
A vítima, achando a história verdadeira, afirma que também quer receber o “bilhete premiado” e repassa uma quantia em dinheiro em troca do prêmio. Outros criminosos ficam acompanhando de perto, monitorando a situação. Demais cúmplices seguem a vítima até a agência bancária ou em casa para terem certeza de que ela foi buscar o dinheiro. Todos desaparecem tão logo consigam receber os valores.
Em alguns casos, os criminosos pedem que a vítima fique com o “bilhete premiado” para fazer o saque no banco, mas deixe valores ou joias em troca como garantia.
Correio do Povo