Alemão Ronaldo comemora 30 anos de carreira com disco “Rock, Amor e Outras Coisas Imaginárias”
A música Rock, Amor e Outras Coisas Imaginárias começa dizendo “Hoje eu percebi que minhas canções morreram, eu nem apareci para dizer adeus”. Esse misto de melancolia e desapego dá o tom do novo disco de Alemão Ronaldo, que leva o título da faixa. Nos 30 anos de carreira, o cantor faz em seu novo trabalho um jogo entre o passado e o futuro.
Ícone do que se convencionou chamar de rock gaúcho, Alemão fez parte das lendárias bandas Taranatiriça e Bandaliera, que integraram a linha de frente da cena do Estado na década de 1980. Em 2004, entrou em carreira solo e chega agora ao seu quarto disco.Rock, Amor… demorou um ano e meio para ser finalizado por dois motivos. Um deles foram os ensaios com o Taranatiriça, que duraram quatro meses e resultaram em show de reunião em novembro de 2012. O segundo, conta Alemão, foi o clima das gravações:
– Depois de tanto tempo, fiquei mais maduro. Aprendi a gravar com calma, mais relax, entrar no estúdio para bater um papo, ter tempo de criar. É assim que se faz um disco. Sempre fazíamos na pressão de gravar logo para botar na rua para todo mundo ouvir.
O disco traz participações de gente importante na trajetória de Alemão. Além de músicos como Serginho Moah, Cau Netto, Luciano Leães e Ayres Pothoff, dois nomes também se destacam no CD: Vicente Guedes, produtor, e Caio Guedes, autor das fotos e da capa do disco – eles foram criados por Alemão por quase 10 anos, quando era casado com a mãe dos dois.
– Trabalhar com jovens é bom demais, são dinâmicos. Ao mesmo tempo, a escola deles é os anos 1970. Ouvem Neil Young, Van Morrison, Bob Dylan – diz Alemão, 59 anos.
As referências ficam claras em baladas como Chapéu de Sonhos, que cria uma imagem do compositor como um andarilho do tempo (“Os dias vão e vêm, e a gente seguindo assim”). Há ainda rock, com Garotinha Básica e Volta pra Mim (com belo arranjo de cordas), e country, com Skywalker e Tenho para Quem Voltar. Dessa forma, Alemão leva sua carreira à procura de “um mundo novo” – outra expressão da faixa-título do disco.
– Não estou com pressa, estou deixando o rock rolar.