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Pesquisa revela que uma em cada dez pessoas admite ter traído pelo Facebook

Pesquisa revela que uma em cada dez pessoas admite ter traído pelo Facebook Jefferson Botega/Agencia RBS

Uma pesquisa da Universidade Católica de Pelotas (UCPel) revela como as pessoas se comportam quando o assunto é relacionamento e Facebook. Os dados, para os adeptos aos namoros tradicionais, surpreendem: uma em cada dez pessoas admite já ter traído pela rede.

O que significaria trair, varia caso a caso. Pode ser desde um bate papo cheio de segundas intenções até ter um amante há anos e usar o computador para combinar encontros. Se 10% confessa traição — de qualquer tipo — 40% é firme ao afirmar: conversinhas online são, sim, traição. Se a malandragem é alta, a desconfiança também. Tanto é que um em cada três entrevistados assegura ter a senha do perfil do companheiro.

— De acordo com relatos cotidianos, alguns usuários têm as senhas porque não tem perfil e querem checar fotos de familiares e amigos. Mas, na maioria das vezes, é para ter uma sensação de controle. Não sabemos se o Facebook faz com que as pessoas traiam mais. Mas acreditamos que apenas potencialize o que já existia antes: se a pessoa tem tendência a trair, vai trair por lá também. Se não tinha, é provável que se mantenha fiel — avalia o orientador do trabalho, o professor de psicologia, Tiago Neuenfeld Munhoz.

Para tentar evitar pares de chifre, metade (na verdade 53% dos avaliados) confere a página do companheiro. Como visitante, com a própria senha. Desses, 60% faz a vigilância mais de uma vez por dia.

— O Facebook é um potencializador não só de traições, mas de pessoas que querem descobrir traições, investigar. Não é que melhore ou piore as relações, mas amplia e facilita os contatos imediatos e quando a pessoa está buscando algo e encontra disponível, é mais fácil que se concretize — explica o doutorando em psicologia da Universidade Católica de Brasília e autor do livro Facebook e as nossas identidades virtuais, Gabriel Artur Marra e Rosa.

E é justamente por causa dessa facilidade que 16% informa já ter começado uma relação pelo Facebook. E os motivos entre eles são vários: desde os mais preguiçosos (40% justifica que é mais cômodo não sair de casa para conhecer alguém), passando por 48% que diz ter encontrado ideias compatíveis ao invés de apenas um corpinho bonito, chegando até a razões de dificuldade de falar face a face (10%) ou pelo poder de omitir informações pessoais (3%).

A pesquisa foi feita com questionários a 282 universitários da UCPel e Universidade Federal de Pelotas (UFPel), de cinco cursos diferentes pela egressas Clarice Frigério Nunes e Josi Milech.

Ansiedade x Dependência do Facebook

Na China e na Coreia do Sul, há clínicas de tratamento de reabilitação para viciados em tecnologia. No Brasil, no entanto, ainda há poucos estudos sobre os impactos do mundo digital na vida dos brasileiros. O estudo da UCPel pode ser um dos primeiros indicativos de como o Facebook, a ansiedade e um possível vício na rede podem estar ligados.

Foram aplicados questionários que determinaram se a pessoa era dependente da rede (faça o teste ao final da matéria). O resultado é que 19% foram considerados dependentes. Entre eles, 52,3% apresentavam algum grau de ansiedade, sendo 11,4% do tipo grave.

— Não sabemos se a dependência do Facebook causa ansiedade ou se porque a pessoa é ansiosa pode apresentar uma possível dependência. Também não é certo que um quesito esteja relacionado com outro, é preciso ter mais investigação, mas já é um sinal de alerta aos usuários — afirma Munhoz.

No entanto, ele ressalta que uma avaliação dos níveis de ansiedade e/ou possível dependência deve ser realizada por um profissional de saúde mental capacitado (psicólogo ou psiquiatra).

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