Ícone do site Rádio Stúdio FM

Ex-policial é condenado a 22 anos por matar boxeador em Osório

Terminou na madrugada desta sexta-feira o júri de Alexandre Camargo Abe. O ex-policial militar foi condenado a 22 anos de prisão pelo assassinato do boxeador Tairone Luis Silveira da Silva, de 17 anos. O crime aconteceu no dia 11 de março de 2011 em Osório, no Litoral Norte. Após mais de 15 horas de sessão, os jurados consideraram Abe culpado por homicídio qualificado, com recurso que dificultou defesa da vítima e motivo torpe. A defesa do ex-policial já recorreu e ele permanecerá em liberdade.

O ex-policial havia sido detido semanas após o fato. Porém, permaneceu preso por quase dois anos até ser solto em fevereiro de 2013. Em depoimento durante a fase de instrução do processo, o então policial militar admitiu ter dado os dois disparos que atingiram o boxeador, mas alegou ter agido em legítima defesa.

PUBLICIDADE

O crime
De acordo com o Ministério Público, o crime aconteceu quando o boxeador passava na frente da casa de Abe, no bairro Sul Brasileiro, em Osório, onde ambos residiam. Na ocasião, o então policial teria chamado a vítima, mas ele o ignorou e continuou andando. Abe começou a segui-lo na calçada e, conforme a denúncia, atirou duas vezes contra ele. Os disparos acertaram o quadril e o ombro esquerdo de Tairone. Um dos tiros perfurou o pulmão esquerdo do jovem, o coração e o fígado. O projétil se alojou na cavidade pleural, causando a morte.

Testemunhas afirmaram que Abe já havia ameaçado Tairone antes da morte. O boxeador não teria reagido. Ele teria afirmado aos familiares que não denunciaria a ameaça, pois viajaria ao Rio de Janeiro em alguns dias.

A promotoria ainda alegou que Abe era intolerante com o réu e um grupo de jovens que se reunia nas proximidades de sua residência. Ainda de acordo com as testemunhas, o ex-policial demonstrava insatisfação e frustração por não conseguir impor sua condição de policial a Tairone, que tinha uma projeção nacional em razão do boxe. Os relatos ainda apontam que Abe se sentiu “ultrajado e desprezado” por não ter tido o chamado atendido no momento do crime, por isso teria efetuado os disparos.
Fonte:Correio do Povo

Sair da versão mobile