Polícia descobre ordem de facção para atentados aleatórios em áreas de grupos rivais em Porto Alegre
A operação Glória, deflagrada pela Polícia Civil nesta sexta-feira contra uma organização criminosa que atua em Porto Alegre, descobriu que uma liderança da facção, mesmo recolhida ao sistema prisional, determinou que ocorressem “atentados aleatórios” em áreas de grupos rivais. A informação foi revelada pelo delegado Guilherme Gerdardt, que explicou que um dos objetivos era “desviar a atenção policial do bairro Cascata”. O titular da 1ªDPHPP citou como exemplo o caso em que duas pessoas foram mortas e uma terceira que foi ferida no bairro Bom Jesus. Sete homens participaram do crime, sendo que cinco já foram identificados. “São dois mandantes e três executores”, destacou.
A organização criminosa alvo da operação ainda atua nos bairros Glória e Embratel. Quatro homens, considerados foragidos e que eram buscados pelos policiais, não foram encontrados. Outros dois, cumprindo pena em presídios, receberam as ordens judiciais nas celas. A investigação sobre o grupo que age na região, responsável por várias execuções nos últimos quatro meses, começou a partir da morte dos policiais militares Rodrigo da Silva Seixas, 32 anos, e Marcelo de Fraga Feijó, 30 anos, do 19º BPM em um beco da rua Paulino Azurenha, no final de junho deste ano.
Mais de dez integrantes da mesma organização criminosa entraram em confronto com a Brigada Militar nessa quarta-feira no bairro Cascata. Dois criminosos morreram no tiroteio. Gerdart observou que os criminosos envolvidos no confronto estavam prestes a executar uma pessoa no local por suspeita de repassar informações aos rivais. “Estavam fazendo o julgamento do tráfico contra uma vítima que acabou conseguindo fugir”, resumiu. “Seis deles já identificamos, sendo que cinco tiveram a prisão deferida. A ofensiva desta sexta-feira era para a capturar esses foragidos”, explicou.
O trabalho investigativo mapeou 23 traficantes que atuam nos bairros Cascata. Embratel e Glória. “Oito já morreram. Temos dez presos e quatro seguem foragidos. Um outro ainda não teve a prisão solicitada”, contabilizou. A diretora do Departamento Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa, delegada Vanessa Pitrez, lembrou que a operação Glória faz parte de uma estratégia da Polícia Civil. Segundo ela, a meta é “identificar os envolvidos em homicídios, além de membros e líderes das facções”, buscando efetuar as prisões dos mesmos e apreender as armas usadas nos crimes. Uma das ações consiste na saturação das áreas em que os grupos atuam na cidade.
Fonte:Correio do Povo