Com regras de uso definidas há pouco mais de dois anos no Brasil, os drones começam a assumir protagonismo no diagnóstico de lavouras de grãos e na pulverização precisa de agroquímicos em eucaliptos e frutíferas no Rio Grande do Sul. Das 73 mil aeronaves remotamente pilotadas registradas na Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) até julho deste ano, cerca de 35% eram para uso no agronegócio no país. Apesar da rápida expansão nos últimos anos, é um mercado ainda em descoberta e transição — que desperta curiosidade e dúvidas.
— O Brasil se destaca hoje no monitoramento de culturas por meio de imagens para avaliar produtividade, pragas, doenças e fertilidade — explica Lúcio de Castro Jorge, pesquisador da Embrapa Instrumentação.
Além dos drones que captam imagens, o pesquisador ressalta o uso de pequenas aeronaves pulverizadoras, que fazem a aplicação precisa de agroquímicos onde máquinas ou humanos têm dificuldade de acesso — como na silvicultura e na fruticultura.
— A pulverização deve crescer de forma significativa, devendo ser o maior mercado para drones em um futuro próximo — projeta Castro Jorge.
A redução do custo dos equipamentos, aliada ao aumento da autonomia dos voos, tem ajudado no avanço da tecnologia na agricultura. Os tipos de drones mais usados em áreas de até mil hectares são os multirrotores — com pequenas hélices. Em propriedades maiores, predominam os equipamentos com asa fixa, tipo avião. Castro Jorge pondera que, apesar das inúmeras oportunidades, é preciso ter cautela na adoção e nos investimentos.
— Estamos em período de transição. É preciso entender que drones sozinhos não fazem nada, eles dependem de sensores e de análises eficientes das informações geradas — acrescenta o pesquisador da Embrapa.
Uma das maiores empresas de celulose e papel em atuação no Brasil, a multinacional chilena CMPC passou a usar drones para aplicação de defensivos em área cultivada com eucalipto no Rio Grande do Sul em agosto de 2018.
— Em relação a empresas florestais, a CMPC é a que mais avançou na pulverização com drones no Brasil — afirma Daniel Ramos, diretor de Relações Institucionais, Comunicação e Sustentabilidade da CMPC.
FONTE: GAUCHAZH