Sem a queda no desmatamento, o Brasil só conseguirá atingir suas metas climáticas, previstas no Acordo de Paris, se mudar completamente seus setores industriais e de energia e ainda comprar créditos de carbono de outros países. Isso pode levar a custo de US$ 5 trilhões até 2050.
A conta foi apresentada nesta terça-feira pelo pesquisador Raoni Rajão, da Universidade Federal de Minas (UFMG), na Conferência do Clima de Madri. Rajão atualizou um trabalho publicado em 2018 na revista científica Nature Climate Change.
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Na ocasião, foi calculado que o Brasil, sob governo Temer, vivia um momento de governança intermediária — ou seja, as políticas públicas para conter o desmatamento, como fiscalização e aplicação de multas aos infratores, eram consideradas de nível médio. O período anterior, em que houve queda de desmate de 83% desde 2004, foi o que consideraram uma governança forte.
“Não estamos mais num cenário de governança intermediária, mas de fraca. De 2018 para 2019, houve uma mudança de tendência da curva do desmatamento e isso tem impacto sobre as emissões. Com isso, mesmo a meta para 2025 (de reduzir as emissões do Brasil em 37%) torna-se inviável”, afirma Rajão. “Não vai ter jeito de alcançar a meta só com esforços nacionais em outros setores.”
Foto: Carl de Souza / AFP / CP
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AE