Gal Costa morreu na manhã desta quarta-feira (9), aos 77 anos. A causa da morte ainda não foi divulgada. A informação foi confirmada ao g1 pela assessoria da cantora.
Considerada uma das maiores vozes da MPB, Gal era uma das atrações do festival Primavera Sound, realizado em São Paulo no último fim de semana, mas teve sua participação cancelada de última hora. De acordo com a equipe da artista, ela precisava se recuperar após a retirada de um nódulo na fossa nasal direita e ficaria fora dos palcos até o final de novembro, seguindo recomendações médicas.
A cirurgia ocorreu em setembro, pouco após sua apresentação em outro festival de música em São Paulo, o Coala. De lá para cá, ela não havia voltado a se apresentar, mas já tinha datas de shows da turnê As Várias Pontas de uma Estrela marcadas para dezembro e janeiro.
A artista chegou a se apresentar com a turnê em Porto Alegre no ano passado. O show que homenageava seu amigo Milton Nascimento ocorreu no Salão de Atos da PUCRS, em 2 de dezembro.
Na ocasião, Gal falou a GZH sobre o retorno aos palcos, após dois anos afastada por conta da pandemia de covid-19.
— Apesar de tudo isso, eu tenho esperança de que dias melhores virão. A esperança move a humanidade e a gente não pode desistir — comentou.
Sobre seus planos para 2022, Gal havia dito que planejava fazer muitos shows:
— A música é muito importante para mim porque me dá equilíbrio. Eu quero cantar.
Maria da Graça Costa Penna Burgos nasceu em 26 de setembro de 1945, em Salvador, na Bahia. Ela iniciou a carreira aos 20 anos, ao lançar Eu Vim da Bahia, música de Gilberto Gil. Outro marco na carreira foi Baby, composta por Caetano Veloso para a irmã dele, Maria Bethânia, mas que acabou projetando Gal no álbum-manifesto da Tropicália.
Com Meu Nome é Gal, de Roberto Carlos e Erasmo Carlos, a artista uniu Jovem Guarda e Tropicália. A cantora ainda ajudou a revelar talentos da música ao gravar composições de Luiz Melodia, com Pérola Negra, além de Jards Macalé e Waly Salomão, com Vapor Barato. Destaque ainda para Brasil, de Cazuza, imortalizada na voz da cantora, e Cuidando de Longe, de Marília Mendonça, que faleceu em novembro de 2021.
Ao longo de 57 anos de carreira, Gal lançou mais de 40 álbuns, entre trabalhos de estúdio e ao vivo. Em 2018, a cantora lançou seu último disco de canções inéditas, A Pele do Futuro, inspirado pelo filho Gabriel, 17 anos.
Seu último álbum lançado foi Nenhuma Dor, produzido durante a pandemia de covid-19. O disco traz a cantora interpretando clássicos de seu repertório em duetos com vozes masculinas — como Baby, com Tim Bernardes, Coração Vagabundo, com Rubel, e Meu Bem, Meu Mal, com Zeca Veloso.
ZH
Foto: Andréa Graiz / Agencia RBS