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Cooperativas gaúchas planejam investir R$ 1 bi em projetos de energia até 2025

Cooperativas gaúchas de infraestrutura planejam investir R$ 1 bilhão em projetos de energia no Rio Grande do Sul nos próximos três anos. A projeção é da Federação das Cooperativas de Energia, Telefonia e Desenvolvimento Rural do Estado (Fecoergs). A maior parte desse aporte será para construção de pequenas centrais hidrelétricas (PCHs). Também terá investimento em redes de distribuição, trifásicas e até de internet.

—  Sabemos que muitas cooperativas estão investindo na conectividade, que é internet no meio rural. Há algumas questões que queremos resolver com governo do Estado, de tributação, mas acreditamos que a partir de 2023, teremos boas condições de fazer esses investimentos. O associado, além de energia, precisa de conectividade — falou à coluna o presidente do Sistema Ocergs, Darci Hartmann.

Boa parte das cooperativas de infraestrutura atendem regiões mais remotas do Estado, onde as grandes empresas de energia e de internet tem mais dificuldade de entrar, explica Hartmann. De acordo com levantamento da Ocergs, mais de 298,4 mil famílias gaúchas são atendidas com os serviços dessas cooperativas , que estão presentes em 369 municípios do Rio Grande do Sul.

Para atingir esses investimentos, um dos desafios das cooperativas é o acesso ao crédito. Segundo o presidente Hartmann, boa parte dos aportes estão sendo feito com recursos próprios porque os juros chegam a 17%, o que, diz ele, são “proibitivos” para investimentos de 15 anos de maturação.

—  Junto com a associação nacional, estamos montando um grupo de estudos para começar a buscar acesso a recursos internacionais. Precisamos que os custos sejam mais compatíveis, para que possamos internalizar recursos e para que as cooperativas possam continuar investindo, e não colocar em risco o seu patrimônio.

Investimentos de R$ 700 mi em 2022

Além das projeções, a instituição também fez um levantamento de quanto foi investido em 2022. De acordo com a pesquisa, R$ 700 milhões foram aplicados por meio de seis cooperativas: Certel, Ceriluz, Coprel, Certhil, Creral e Certaja.

Só a Certel, de Teutônia, investiu cerca de R$ 250 milhões para construir a hidrelétrica Bom Retiro. A usina será implementada em uma eclusa no Rio Taquari, na região dos municípios de Bom Retiro do Sul, Lajeado, Estrela e Cruzeiro do Sul. A expectativa é que ela possa atender uma cidade de até 100 mil habitantes e que comece a operar em três anos.

Veja todos investimentos em 2022: 

  • Certel (Teutônia): construção da hidrelétrica Bom Retiro, com capacidade instalada de 30 megawatts a 35 megawatts e 100 mil habitantes beneficiados. Investimento de cerca de R$ 250 milhões
  • Ceriluz (Ijuí)construção da central hidrelétrica Augusto Pestana e da pequena central hidrelétrica Linha Onze Oeste, com investimento de R$ 173,5 milhões. Também licenciamento para centrais hidrelétricas Ponte Nova e Coronel Barros, com implantação prevista para 2023.
  • Coprel (Ibirubá)pequena central hidrelétrica (PCH) Tio Hugo, no rio Jacuí, com capacidade instalada de 10,9 megawatts. Investimento de R$ 121 milhões. Também implantação da pequena central hidrelétrica Santo Antônio do Jacuí, com investimento de R$ 45 milhões.
  • Certhil (Três de Maio): reinauguração da Usina CGH Buricá, entre os municípios de Independência e Inhacorá, com investimento de R$ 12,5 milhões. Também nova turbina e novo gerador, e aumento na capacidade de geração do Rio Buricá.
  • Creral (Erechim): usina solar fotovoltaica em São Sepé, com investimento de R$ 14 milhões.
  • Certaja (Taquari): operação de uma subestação de energia em Vale Verde e linha de transmissão de 25 quilômetros de extensão, com investimento de R$ 26,7 milhões. Serão beneficiados moradores e associados de Passo do Sobrado, General Câmara, Santa Cruz do Sul e Rio Pardo.

ZH

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