Crianças mortas em ataque a creche são veladas em Blumenau
Os corpos das quatro crianças que foram mortas na manhã desta quarta-feira (5) em uma creche de Blumenau (SC) começaram a ser velados. A cerimônia ocorre em dois cemitérios e e uma em necrópole.
De acordo com a prefeitura de Blumenau, a partir das 22h30min começaram a ser velados Bernardo Pabst da Cunha, de 4 anos, Bernardo Cunha Machado, de 5 anos, e Larissa Maia Toldo, de 7 anos, no Cemitério São José. A quarta vítima, Enzo Marchesin Barbosa, de 4 anos, está sendo velado no Cemitério Salto do Norte desde as 20h30min.
Nesta quinta-feira (6) ocorrem os sepultamentos. Bernardo Machado será sepultado às 10h e Bernardo Pabst, às 11h. Larissa será sepultada às 11h30min. À tarde, será a vez de Enzo, às 14h.
Desde o fim da tarde desta quarta, famílias que têm filhos na escola Cantinho Bom Pastor, estão em frente ao local prestando homenagens às quatro crianças que foram mortas nesta manhã. Consternados, os pais e mães das vítimas deixam flores, velas e rezam na porta da escolinha. Movimento de vigília que se intensificou mais tarde, com a participação da comunidade.
No cemitério São José, movimentação foi muito atípico. Segundo o diretor da necrópole, João Paulo Taumaturgo, é o “maior velório da história do cemitério”.
— É uma tristeza para a cidade. Tanto eu quanto minha família, que estamos acostumados com a morte, com o cemitério, a gente se abalou muito no dia de hoje. De fato, a gente espera milhares de pessoas passando durante todo dia. As capelas tem uma limitação, interna, mas o cemitério está todo preparado para receber a população. É o maior velório da história do cemitério São José, o segundo da cidade. É um momento triste de observar a compaixão da população. É muita gente que não tem nada a ver com as famílias vindo visitar.
Esclarecimento sobre a cobertura
GZH decidiu não publicar o nome, foto e detalhes pessoais do assassino de Blumenau. As pesquisas mais recentes sobre massacres deste tipo mostram que a visibilidade pública obtida pela cobertura da mídia pode funcionar como um troféu pelos autores, e estimular outros a cometer atos similares. A linha editorial dos veículos da RBS em outros casos recentes já vinha sendo a de não retratar estes criminosos em detalhes, noticiando apenas o nome e informações resumidas sobre eles. Ao restringir ainda mais esta exposição, medida também tomada por outros veículos de jornalismo profissional, buscamos colaborar para que os assassinos não inspirem novos atos de violência extrema como o desta quarta-feira (5).
ZH
Foto: Gabriel J. / Agencia RBS