A semana no Rio Grande do Sul será de intensa articulação entre Estado e municípios para avaliação de medidas e encaminhamento de ações para manutenção do apoio humanitário e para definição do um plano para recuperação da infraestrutura pública danificada pela passagem do ciclone extratropical no final da semana passada.
Nesta segunda-feira (19), entre 17h30min e 20h, o governador Eduardo Leite coordenará uma reunião com parte de seu secretariado para o que definiu como “alinhamento das ações do governo”. Pelo Twitter, Leite anunciou que irá a Brasília, provavelmente na quarta-feira (21), para intermediar com a União o apoio necessário aos municípios gaúchos.
Também nesta segunda-feira, o vice-governador Gabriel Souza conduzirá reunião com os prefeitos de parte dos municípios atingidos. Para o encontro, que terá a presença de representações da União e de setores do governo estadual, foram convocadas as coordenações de Defesa Civil para o estabelecimento de balanços das demandas por suporte básico às pessoas desabrigadas e desalojadas.
A reunião ocorrerá no Comando Regional de Polícia Ostensiva do Litoral, unidade da Brigada Militar localizada em Osório, e tem previsão de início às 9h. Souza explica que será a primeira reunião técnica para estabelecimento de um plano de trabalho no socorro às vítimas e o enfrentamento aos danos.
— A pedido do governador, vamos debater os próximos passos em conjunto com os municípios porque precisamos ajudar as pessoas que perderam suas casas, seus móveis, e também recuperar as estradas danificadas pelas chuvas — pontuou o vice-governador.
O presidente da Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs) e prefeito de Campo Bom, Luciano Orsi, participará do encontro promovido pelo governo do Estado em Osório e adiantou que está mobilizando os prefeitos de, ao menos, 33 municípios que, segundo ele, tiveram “perdas humanas e danos estruturais severos” por decorrência das tempestades seguidas de enxurradas e enchentes.
— Estamos programando uma rodada de atividades e articulações na Famurs, em Porto Alegre. A partir de terça-feira (20), vamos receber os prefeitos dos municípios mais afetados para construirmos juntos uma lista das principais demandas, sobretudo para o auxílio humanitário e para a recuperação de infraestrutura viária em um primeiro momento, para que posteriormente possamos discutir o apoio a tantas famílias que perderam tudo ou quase tudo o que tinham — explicou.
Orsi informou que a diretoria da Famurs pretende reunir o maior grupo possível de prefeitos desses municípios para que a entidade possa compilar os dados atualizados sobre danos em infraestruturas das cidades. O objetivo, conforme o presidente, é preparar um “material consistente sobre os estragos”, a fim de indicar com a máxima precisão os potenciais destinos dos recursos esperados após a indicação do governo federal de que haverá oferta de suporte financeiro aos municípios.
— Temos ainda muita informação para ser apurada. Há a confirmação, por exemplo, da destruição da ponte em Caraá e de que diversos pontos de rodovias e vias de acesso tiveram seu asfalto arrancado pela enxurrada. Haverá muito trabalho e necessidade de recursos para a vida dos cidadãos neste municípios voltar aos poucos à normalidade — analisou.
Ainda no sábado (17), o Estado recebeu a visita dos ministros do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, e da Comunicação Social da Presidência da República, Paulo Pimenta, além do secretário nacional da Defesa Civil, Wolney Wolff e o secretário Nacional de Assistência Social do Ministério do Desenvolvimento Social, André Quintão Silva, que participaram, com Leite, de um sobrevoo nas áreas mais assoladas pelo evento climático.
Durante as visitas, os representantes indicaram a disposição do governo federal em providenciar socorro material aos municípios. Em sua postagem no Twitter, Pimenta escreveu que “os recursos serão disponibilizados, o quanto antes, após análise do impacto da tragédia. A ordem é liberar quanto for necessário para ajudar às famílias e recuperar a infraestrutura danificada”.
Prefeito de Lindolfo Color, Gaspar Behne contou que servidores municipais e voluntários ainda trabalhavam até o final da tarde deste domingo (18) no resgate e na tentativa de convencimento para remoção de moradores remanescentes nas áreas de cheias para abrigos seguros. O prefeito disse acreditar que haverá demanda por serviços de maquinas pesadas para recomposição do leito de vias e acessos a rodovias:
— A água não baixou o suficiente para podermos avaliar com alguma exatidão o alcance dos estragos. Temos ainda umas 250 moradias parcial ou totalmente submersas no município, pois a vazão do Rio Feitoria ocasionou uma cheia de até 10 metros em algumas regiões do nosso território que está localizado em um vale. São mais de 750 pessoas que perderam tudo e estão recebendo alimentação e vestuário. Então, uma das principais demandas, após asse momento de emergência, será providenciar mobília e utensílios básicos para que recomecem suas vidas, tanto por aqui quanto nas demais cidades.
Até o começo da noite deste domingo, a listagem da Famurs para inclusão nos programas de socorro tinha 33 municípios listados por terem sido duramente atingidos pela contingências do ciclone:
ZH
Foto: André Ávila / Agencia RB