Ícone do site Rádio Stúdio FM

Projeto pode proibir pulverização por aeronaves no Rio Grande do Sul

Tramita na Assembleia Legislativa gaúcha um projeto protocolado pelo deputado Adão Pretto (PT) que proíbe a pulverização de lavouras por aeronaves e propõe regulamentação na atividade feita por drones no Rio Grande do Sul.  No Ceará, projeto semelhante foi mantido após a maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) decidir pela constitucionalidade da lei que proibiu a prática no Estado.

Pretto diz que o intuito do projeto não é “fazer críticas aos agrotóxicos, mas oferecer alternativas”. E cita outro projeto, também em tramitação, que cria uma política estadual de fomento à agricultura regenerativa e produção através de biológicos.

— É com intuito de preservar o meio ambiente, de ter cuidado com a saúde das pessoas, dos agricultores, dos consumidores, e de permitir uma agricultura mais sustentável — diz Pretto.

Entre as justificativas do projeto, o documento cita pesquisas que tratam dos efeitos dos produtos à saúde. E aponta os casos de deriva, que é o espalhamento de produtos para plantações vizinhas pelo vento, como um dos motivos para a proibição da prática aérea. O deputado menciona os casos em Nova Santa Rita do Sul, em que a pulverização afetou uma produção vizinha de orgânicos.

O texto está na comissão de Constituição e Justiça da AL. Tendo parecer favorável, segue para a comissão da Agricultura, e depois, ainda vai a plenário.

Para o diretor-executivo do Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola (Sindag), Gabriel Colle, o projeto não deve avançar. Assim como outro anterior, que foi arquivado.

— Nossa expectativa é que seja novamente arquivado porque há uma questão de produção envolvida. A parte agrícola é motor da economia no Rio Grande do Sul. Acreditamos que não passa — avalia Colle.

O diretor defende que todos os produtos aplicados por via aérea são autorizados pela Anvisa, o que dá garantias quanto à segurança dos materiais. E acrescenta a relevância da aviação para o avanço produtivo. Segundo Colle, quase a totalidade das lavouras de arroz tem pulverização aérea no Rio Grande do Sul, que é o maior produtor nacional do cereal.

Sobre a deriva, o Sindag argumenta que as ocorrências no Estado não tiveram relação com aplicações por avião.

A deliberação envolve também o uso de drones, que têm expandido presença no campo nos últimos anos. Segundo a Sindag, que revisou dados de mercado devido à demanda, pelo menos 12 mil novos drones devem entrar no Brasil até o fim de 2023.

ZH

Foto: Jefferson Botega / Agencia RBS

Sair da versão mobile