Em direção à reta final da safra, é com a ajuda do clima que os produtores de arroz no Rio Grande do Sul estão precisando contar para dar prosseguimento aos trabalhos. A preocupação é com o cereal que ainda está no campo, à espera de ser colhido. A chuva das últimas duas semanas prejudicou a colheita, sobretudo na região central do Estado, onde 60% da área semeada foi colhida até agora.
É a região mais atrasada, conforme monitoramento do Instituto Rio Grandense de Arroz (Irga). Na Fronteira Oeste, a mais avançada, o percentual já chega a 83%.
A safra 2023/2024 tem um diferencial em tamanho. São 60 mil hectares a mais semeados com arroz em relação ao ciclo passado. No entanto, a média de produtividade vem caindo nesta temporada, o que deve interferir nos números finais da colheita. Ou seja: a apesar do ganho em área, a produção deve ficar semelhante ao total colhido no ciclo passado.
O pico de média em produtividade foi atingido no dia 20 de março. Desde então, reduz em quase 143 kg por semana, atenta o gerente da Assistência Técnica e Extensão Rural do Irga, Luiz Fernando Siqueira.
— Por isso, a tendência é de uma média que vem caindo. Talvez o volume total seja muito próximo ou pouco maior que o ano passado, mas porque a área maior compensa a perda.
Apesar dos contratempos na colheita, não há problemas, até o momento, na qualidade do cereal que já foi colhido. Mas o progresso de agora em diante é crucial em relação aos danos que ainda pode apresentar, explica Siqueira.
Qualquer volume a mais de chuva nesta fase pode comprometer a lavoura. Um dos riscos é em relação ao acabamento, reduzindo a qualidade do arroz. Fora o risco de enchentes, capaz de danificar totalmente a produção.
Conforme o Irga, ainda é cedo para estimar a média final da produção gaúcha de arroz nesta safra. A colheita deve se estender até as últimas semanas de maio, também por causa das condições do clima e da menor duração dos dias com o fim do verão.
Cerca de 70% da área cultiva no Estado já foi colhida, segundo projeção da Emater. A área plantada na safra 2023/2024 está estimada em 900,2 mil hectares, de acordo com o Irga. Já a produtividade esperada é de 8.325 kg/ha, segundo a Emater, podendo haver surpresas positivas, a depender da colheita das últimas lavouras.
ZH
Foto: Mateus Bruxel / Agencia RBS