Por que a chuva que chega ao RS não é suficiente para resolver estiagem
Enquanto cresce o número de municípios sinalizando problemas com a falta de chuva, qualquer gota que chega vira alívio, sobretudo na produção agrícola. Ainda que em quantidade insuficiente para encerrar a estiagem, os volumes da semana passada ajudaram a amenizar, temporariamente, o quadro de escassez hídrica e permitir que os plantios fossem retomados em algumas áreas. Mas é preciso mais.
Assistente de culturas da Emater, Alencar Rugeri volta a atentar para a maneira desparelha com que as precipitações vêm ocorrendo no Rio Grande do Sul. A característica acentua os efeitos da estiagem e faz com que seja ainda mais difícil projetar cenários para a produção que será colhida lá na frente, no fim da safra.
— É um quadro que segue muito variado. Teve lugares onde choveu muito, e imediatamente após a chuva parece bom. Mas falta chover de forma homogênea. Onde foi abundante, tranquiliza. Mas piora a situação de mosaico, que permanece — diz Rugeri.
A porção mais ao leste do Estado é a única que apresenta lavouras em condições mais favoráveis neste momento. Nas regiões onde a estiagem aparece com mais força, as perdas no potencial produtivo se consolidam.
Por isso, o momento é de corrida contra o tempo. Os agricultores já se mobilizam para que a ajuda – de reservação de água ou mesmo financeira – não chegue tarde demais. Um encontro marcado para 17 de fevereiro, com atos simultâneos em 16 municípios gaúchos, vai levar a pauta para discussão estadual.
ZH
Foto: Renan Mattos / Agencia RBS