Nova onda de calor extremo atinge o Rio Grande do Sul nos próximos dias; entenda os motivos

A alta temperatura não dará trégua ao Rio Grande do Sul nos próximos dias. A terceira onda de calor do ano no Estado está prestes a chegar ao fim nesta quarta-feira (26), mas projeções apontam que os gaúchos ainda devem encarar uma nova ocorrência do evento meteorológico em breve.
O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) estima que a quarta onda de calor do ano — a quinta em território nacional — irá iniciar entre o fim dessa semana e o início da próxima. De acordo com Glauco Freitas, meteorologista do órgão federal, dessa vez o fenômeno deve impactar, principalmente, os arredores da Região Metropolitana, com temperatura próxima aos 40ºC.
Para a Climatempo, o fenômeno inicia na sexta-feira (28) e está previsto para durar, pelo menos, até a quarta-feira (5). Não se descarta a possibilidade da nova onda durar até o dia 10 de março.
O que irá motivar essa nova onda de calor?
O meteorologista Guilherme Borges, da Climatempo, afirma que o novo fenômeno será influenciado pelo encontro de dois sistemas de alta pressão, um que está atuando sobre o continente, e outro que se aproxima do oceano em direção à América do Sul, chamado de Alta Subtropical do Atlântico Sul (ASAS). Aliada a isso, há a alta incidência solar, característica da estação.
Sobre o continente, há uma área na atmosfera com a circulação de ventos no sentido anti-horário e que intensifica a movimentação do ar de cima para baixo. Essa condição impede que nuvens se formem com facilidade e favorece a condição de céu aberto. Ela também faz com que a massa de ar quente fique concentrada próxima à superfície e dificulta a entrada de frentes mais frias.
— A insolação durante o verão é muito alta. Então, se não tiver nuvens no céu, o aquecimento diurno é muito alto. Não é fora do normal ter temperatura alta na região Noroeste, Oeste, Central, mas está persistindo porque não está tendo a entrada de massas de ar frio — explica Eliton Lima de Figueiredo, meteorologista do Centro de Pesquisas e Previsões Meteorológicas da Universidade Federal de Pelotas (UFPel).
O que é o ASAS?
Já sobre o oceano, há um sistema de alta pressão considerado semipermanente, que se movimenta no sentido leste-oeste, classificado na meteorologia como Alta Subtropical do Atlântico Sul (ASAS). Conforme Guilherme Borges, durante o verão no Hemisfério Sul esse sistema costuma ficar mais próximo da África. No entanto, por uma variação nas temperaturas oceânicas, ele está mais próximo da América do Sul. Por ser uma área de alta pressão, ela dificulta o deslocamento das frentes frias e também inibe a formação de nuvens.
— Há uma sequência de sistemas meteorológicos se sobrepondo, potencializando essa condição de temperatura alta no Rio Grande do Sul — pontua o meteorologista.